terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A imagem vale por mil

Na década de setenta,cada rua tinha uma dezena de miudos,a malta era aos magotes,o bairro tinha várias escolas primárias,como na altura se designavam,completada a instrução primária a rapaziada passou para a preparatória na Nuno Gonçalves ou na Verney,para depois no secundário a maioria continuar no Gil Vicente,embora alguns tivessem optado pela Patrício Prazeres,Afonso Domingues ou Marquês Pombal.       Quase todos tivemos e quisemos ter acesso á instrução,se bem que tenham  acontecido rarissimas excepções,e é uma dessas que hoje recordo,o Maço,um pouco mais velho que a maioria do grupo que formou nos finais dos anos setenta a equipa de juvenis do Adicense.Era comun,sentar na escadaria do largo das ratas,a ler o jornal desportivo comprado invariávelmente pelo Antonio J.,sendo o Maço sempre o ultimo a desfolhar o jornal,enquanto que nós disputávamos as noticias fresquinhas.  Até  que         um dia,quando a maioria já comentava as ultimas e o Maço desfolhava o jornal,perguntei-lhe o porquê de querer ser sempre o ultimo a pedir o jornal,e ele segredou-me: Assim não me perguntam o que é que o jogador X disse,nem o resultado da equipa Y... é que eu não sei ler,mas gosto de ver as fotos.

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